Muitos podem achar que a Sicília é uma região produtora de vinhos rústicos, baseados na Nero D’Avola, que realmente tem esta característica, mas convido a todos conhecerem os vinhos da Donnafugata, para mudar essa opinião.
A Família Rallo dedica-se ao negócio do vinho há 150 anos e em 1983 Giacomo e Gabriella Rallo criaram a Donnafugata, um projeto com o compromisso total na mais alta qualidade. Ao longo dos anos os filhos do casal: Ferdinando e Gabriella entraram na administração do negócio e tem dado asas ao sonho dos pais. O resultado é um line-up fantástico, com muita personalidade, que vamos apresentar em 2 posts.
A família talentosa e artística baptizou seu negócio com o nome de Donnafugata, país citado na obra de Giuseppe Tomasi di Lampedusa [Il Gatopardo ou O Leopardo]. Eles tem projectos associados à música, à literatura e a conservação do património histórico.
Neste primeiro post vamos falar do Mille e Una Notte. O Rótulo (abaixo), foi feito por Gabriella Anca Rallo, inspirada no palácio de Santa Margherita Belice, refugio da rainha Maria Carolina durante a invasão Napoleônica.
A primeira safra do Mille e Una Notte foi em 1995 e as melhores safras são de 2004 e 2005. Um tinto da denominação Contessa Entellina, produzido na cidade com o mesmo nome no centro da Sicilia. Vinho baseado na uva Nero d’Avila, com uma pequena porção de outras cepas. Após a fermentação, ele envelheceu por 14 meses em barricas novas de carvalho e por mais 24 meses na garrafa. Um vinho com aroma doce e um toque de tabaco. No paladar ele é poderoso, musculoso, com taninos doces e um final longo de chocolate e tabaco. Realmente uma qualidade impressionante. Aqui no Brasil, importado pela World Wine, com um preço elevado, pouco mais de 300 Reais.